No continente americano, eu destaco dois de cara: Estados Unidos e Canadá. Há alguns fatores que põem México, Cuba, Argentina e Chile a nossa frente mas, no frigir dos ovos, são só Estados Unidos e Canadá mesmo. Contagem final: dois.
Na
África, quantos países são mais desenvolvidos que o Brasil? Nas minhas contas,
nenhum, apesar de haver nações importantes no cenário internacional, como
África do Sul, Nigéria e Egito. Contagem final: zero.
Na
Oceania, um é a Austrália, outro é a Nova Zelândia. Não lembro de mais nenhum.
Não ficamos sequer sabendo o que acontece nas outras ilhas do Pacífico (e ainda
nos sentimos ofendidos quando um estrangeiro não sabe a capital do Brasil, mas
essa é outra história). Contagem final: dois.
Na
Ásia, o Japão é uma potência inconteste. A Coreia do Sul é outra. E ainda há a
China, com o seu pouco admirável modelo de crescimento econômico, que até nos
faz acreditar que os Estados Unidos é um país bacana. Nenhum outro me parece
ser mais relevante que o Brasil. Contagem final: três.
Na
Europa a lista é maior. Numa tacada só é possível destacar Inglaterra, França,
Holanda, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Alemanha, Áustria, Suíça, Bélgica,
Suécia e, talvez, Itália e Espanha. Não dá para dizer que Albânia, Lituânia e Ucrânia
são nações mais bacanas que o Brasil, não? A não ser que você seja albanês,
lituano ou ucraniano. Contagem final, 13, e olhe lá.
Ou
seja, quando você diz de boca cheia sobre como o Brasil é ruim e como esta
nação é um motivo de vergonha para o mundo, na verdade está comparando com
apenas 20 outros países do planeta, e quase todos na Europa. Os outros 189 não parecem estar adiante do Brasil em muita coisa. E nem têm cinco
Copas do Mundo.
Não
estou ignorando a força e a importância dos outros países. A Alemanha está
atrás de nós em vários aspectos, como Angola pode estar à frente em muitos
outros. Só comparando-os com a régua que aprendemos a hierarquizar as nações. E
desvelando, da forma mais simples do mundo, a vira-latice geral do povo
brasileiro para falar de nós mesmos.
O
País cresce, as diferenças diminuem e cada vez mais temos papel de destaque no
cenário internacional. Estamos entre as oito economias mais importantes do
planeta, há distribuição de renda como nunca houve e somos sede dos eventos
mais importantes do mundo do esporte.
Há
também uma invasão de estrangeiros – de haitianos a franceses – que vêm viver
por estas terras em busca de uma vida melhor. Igual a invasão europeia que
houve durante toda a nossa história. Afinal, o Brasil só tem metade de brancos em
sua população porque os europeus sempre vieram aos milhões para estas terras. E
ninguém imigra em busca de algo pior. A Europa teve em sua história graves
problemas sociais. Tal qual o Brasil.
Não,
não somos o melhor país do mundo. Mas é muito mais fácil subir 20 posições do
que despencar 188, que é o lugar que muita gente acredita em que estamos com o nosso
pessimismo e complexo de inferioridade eternos. Com esse sentimento perene de que merecemos viver no andar de baixo.
Quando ouço expressões como “tinha que ser no Brasil” ou “no Brasil nada funciona”, a única pergunta que me dá vontade de fazer é: “Muito bem. Então me explique como as coisas funcionam bem na Albânia, no Vietnã e na Eslovênia”.
Quando ouço expressões como “tinha que ser no Brasil” ou “no Brasil nada funciona”, a única pergunta que me dá vontade de fazer é: “Muito bem. Então me explique como as coisas funcionam bem na Albânia, no Vietnã e na Eslovênia”.
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