
Mais de uma década depois descobriu que a frase é, na verdade, de Nelson Rodrigues. Também percebeu que amores eternos e verdadeiros acabam, sim. Ouviu de um elepê que o amor pode ser eterno novamente. Passou o último ano vendo abraços estranhos na cama, sem lhe causar constrangimento algum. Afinal, não era amor. E só o amor pode aborrecer.
De uns tempos pra cá nada mais lhe incomodava. Criou uma vida de pequenas vergonhas diárias, que lhe causava menos vergonha a cada dia. Uma pessoa repetitiva, quase uma estátua em bares de pessoas mais repetitivas ainda. As estátuas têm o seu valor, pensava.
Hoje, ele sabe que pouca coisa aprendeu desde aquele caderno com o tal Amigos 4Ever. Mas ainda lhe sobra um amor 4Ever contra todas os lugares-comuns. Mesmo que ninguém mais saiba disso.
6 comentários:
Respeito mas não concordo. Tem amor que acaba e foi amor.
Ali diz exatamente isso.
Acho que já li isso em algum lugar... tá plagiando Veríssimo? Rs
Amor que não acaba é um tédio hein?
Eterno ou não, vale a pena.
Ótimo texto.
Gostei da parte em que diz que a estátua tem o seu valor. Vou usar.
Amor não acaba, se transforma. Se acabar era um sentimento equivocado. Enfim, gostei dos teus textos. Vou voltar mais vezes pra ler.
=*
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